Foto: Polícia Civil (Divulgação)
A iniciativa, realizada anualmente pelas forças de segurança em todo o país, foi coordenada localmente pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Em Santa Maria, foram fiscalizadas 10 casas noturnas onde há prostituição, mas não foi constatada prostituição infantojuvenil nestes locais.
A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (2) o balanço da operação Caminhos Seguros, que visa o combate à exploração sexual infantojuvenil, mediante ações educativas, preventivas e repressivas. A iniciativa, realizada anualmente pelas forças de segurança em todo o país, foi coordenada localmente pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Em Santa Maria, foram verificadas 88 denúncias anônimas que envolviam vítimas crianças e adolescentes; e registradas 62 ocorrências de diversos crimes como estupro de vulnerável, maus-tratos, abandono intelectual (crianças não matriculadas em escolas), dentre outros. Também foram fiscalizadas dez casas noturnas onde há prostituição, mas não foi constatada prostituição infantojuvenil nestes locais.
Ao todo, durante a operação, uma pessoa foi presa por estupro e um menor foi apreendido. Foram apreendidos uma arma de fogo, facas, e também porções de maconha e cocaína.
Os dados divulgados também apontam que, desde o começo deste ano até o final do mês de maio, Santa Maria registrou um aumento de 25% na incidência de crimes sexuais contra crianças, totalizando 85 casos, o equivalente a quatro novos casos por semana. Isto em comparação a igual período do ano passado, quando foram registradas 68 ocorrências.
O ano de 2022 contabilizou 171 casos. Já os anos de 2019 e 2021 registraram 190 casos cada, e em 2020 foi contabilizado 123 ocorrências. A média de ocorrências registradas nos últimos quatro anos (2019-2022) é de 168 por ano.
Os crimes sexuais contabilizados são o estupro de vulnerável, estupros, importunação sexual e exploração sexual, tendo como vítimas crianças ou adolescentes até 17 anos. A estimativa da Polícia Civil é de que cerca de 97% dos casos de abuso sexual ocorra dentro do contexto familiar, ou seja, praticado por pessoas próximas da família da vítima. Confira os dados:
Trabalho árduo
A titular da DPCA, delegada Luiza Sousa, considera que foi um mês muito produtivo, pois apesar da delegacia sempre estar trabalhando com este tipo de crime, foi recebido reforço policial que propiciou atender uma maior quantidade de demandas, como as denúncias anônimas. Ela considera que os casos denunciados anonimamente devem ser averiguados, pois, sendo verdadeiros, são crimes que tendem a ser recorrentes.
– Apesar de ser um tema difícil e muitas vezes revoltante de trabalhar, é muito gratificante quando conseguimos dar o “pontapé inicial” para que uma criança deixe de ser vítima de maus-tratos ou abuso sexual, é uma vida que poderá ter um curso diferente e ainda o autor ser punido – afirma a delegada.
Caminhos Seguros
A operação Caminho Seguros iniciou no dia 2 de maio no Estado, e é articulada nacionalmente por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e engloba os 26 estados mais o Distrito Federal.
No Rio Grande do Sul, a operação envolve a Brigada Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Rodoviária Federal, os Conselhos Tutelares, o Ministério Público e o Poder Judiciário.
A ação ocorreu no mesmo mês em que foi conduzida a campanha nacional Maio Laranja, com o intuito de conscientizar a população sobre o enfrentamento e prevenção ao abuso e à violência sexual de crianças e adolescentes.
As denúncias podem ser feitas por meio do Denúncia-Digital e dos canais 181 da SSP e 197 da Polícia Civil. Para emergências, ligar para o 190 da Brigada Militar.
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